Amo-te
amo-te
amo-te

três vezes
para não ser exagero.

Amo-te
amar-te-ei
até à última minha hora

porque em mim
a prova do amor
é eu desejar morrer
quando tu dormires.

Eu seguirei no sono
ou no sonho,
e tu acordarás.
O sol estará brilhante
e um funeral assim
é mais leve de suportar.

A luz será tanta
que os teus olhos
terão de se fechar
quase tanto como os meus

- janelas agora baças
de uma casa deixada.

O meu amor
reveste-se deste abandono:
um seguir em frente
numa estrada Americana
daquelas hipnotizantes
pelo meio de um deserto
com todas as horas soalheiras.

Há pouco para distrair
no meu amor...
há um vento,
água subterrânea,
fogo na noite,
e uma terra abrasada,
onde os nossos físicos
com a gravidade
marcarão lugares,
e empurrarão sementes
para dentro do solo,
continuando a vida
na quase total aridez.

Essa derradeira hora
- não quero saber
dela agora!

Estou fascinado
connosco,
duas massas
de água
a fecundar
o deserto,

por onde passamos
sem sermos vistos.

Ah...
como gosto da ecologia
teórica e prática...
sermos emoção
pura
água líquida
gelada
que finda a
secura
onde não
nascia nada.

Comentários

Bruno Gameiro disse…
Apaixonado... ainda só em sonho...
Carocha, não te conheço, mas quando quiseres abrir as asas e voar, podes polinizar umas quantas flores deste blogue.

Até...
carocha disse…
Conheces, conheces!!! Este é só o meu nome de guerra!! :) Boas leituras e melhores poesias! E k tal repores os poemas perdidos?
Besos! (vais chegar lá!)
Bruno Gameiro disse…
Há claro que sei... descobri-te pelos besos!!:->

Quanto aos poemas antigos, acho que não os recuperarei... outros melhores virão certamente. Um beijo.

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