Mensagens

A mostrar mensagens de julho, 2009
O ter-te longe, é uma sala com cores pálidas, numa tarde adormecida, com sombras de árvores do jardim nas paredes brancas desejosas de vozes rindo entre elas...; É um piano negligenciado, e um gato que se deixa apanhar na moleza dessas tardes solitárias... É um andar por um jardim plantando flores como marcadores das estações que vão ocorrendo, numa tentativa de nos situarmos nesse tempo, enquanto dentro só vivemos no eterno Outono das últimas energias solares antes de tudo repousar em gelo... mas é Outono, de vermelhos apaixonados, e resquícios de calor nos bancos de madeira ensolarados... A esperança não tem cor das estações, porque nenhuma estação se reveste apenas de preto ou branco, e o tudo ou nada, nem parece existir no real... Guardo então apenas o Outono essencial... O fôlego último das árvores, e os últimos brilhos nas águas dos lagos movimentados das aves prontas a partir... a despedida que não se podia adiar... a roda... o samsara ... Guardei esta estação do ano, porque nel
Eu não sei que mar, lençol de água, ou nuvem sou... Mas sei que um fogo maior me pode volatilizar... Dispersar, desprender-me de onde era, E tornar-me parte de uma flor, um animal, Ou enclausurar-me numa gruta profunda, Água silenciosa, torturada na escuridão, Água sem função fecundante... Água presa, excomungada, condenada À iluminação esparsa, que a terra permitiu Em momentos em que tremeu, e se desfez em tal parte. Eu, como água, imploro-te: deixa-me completar muitos ciclos. O Sol que te alimenta não se extinguirá já... Mas a água, pura, virgem, sincera, padrão da densidade, Essa não se fará igual... Poderá a tua tortura cessar?
Ao fim da tarde é que o mar é meu. Nas horas mais quentes do dia, O mar desafia... É confronto do corpo com o branco espumoso, e o da areia pelo Sol dado. Ao fim da tarde a água não parece tão vitoriosa quando reclama as suas transparências ao Sol... Diria que é uma água sonolenta porém lúcida... Nas horas mais quentes a água é um convite declarado... Ao entardecer seduz os seus amantes para a dança e até parece não lhes apagar o rasto na areia, para os devolver já saciados em pouca luz, quando ainda sussura frescuras baixas ou profundas, conforme o amante seja a gaivota, ou um diletante sensacional. Ao fim da tarde é que o mar é meu!, e o azul mais negro e violeta conjectura as preces que eu faço de me diluir nessa perpétua massa em movimento... (um desejo de esquecimento) Ao fim da tarde é que eu sou mar: estranho ser físico, em estado cardinal; reflexos de estrelas, ou de astros brancos, devaneios de poetas vencidos, angústias por revelar, e azul, azul, azul, azul. Seria loucura pen
Talvez quisesse escrever, melhor dizer... melhor beijar-te, melhor seria inundar-te, humedecer-te, rasgar-te a serenidade, ou apenas te conhecer...
É tempo de construir uma nova fortaleza. Terá um fosso, preenchido com água do mar, em alturas variáveis, conforme os ciclos das marés - a lua terá portanto influência... Não haverá uma forma definida de fortaleza - quadrada, circular. Será sim conforme o espaço conquistado à terra. Das muralhas para dentro grandes terreiros solares serão furados por três ou quatro torres finas e altas, com uma simples janela cada uma. Terminarão num vértice bem pontiagudo - o ponto final da ascenção. Dessas altas janelas, gaze esvoaça branca, ao vento marítimo nas tardes violeta. Eu, de braços cruzados apoiado nas muralhas, fixo a linha horizontal no limite, e vejo a água escoar-se até lá... e sinto que o que vejo é a esperança a dissipar-se. Atrás de mim, já intensa e amarelada, a lua anuncia-se e autoriza os rituais, nas matas fecundas dos eternos "ais"... Sobram-me desses terreiros ao fim da tarde, as sonatas dedicadas ao Amor desvanecido feito fumo e eu... convoco a coruja soturna, branc
Assaltas-me mais uma vez com os (teus) olhos humedecidos... e a ternura é tão eterna... a delicadeza do que não se diz, e o voltar disso para dentro... o gesto que ainda não se solta, nem um beijo aéreo que seja... e volta aquela esperança de um novo acordar... e novas cores com torrentes de deleite ao fim da tarde... como sonho!!! Não sei se deva atordoar-me ou seguir nesse carril de sobe-e-desce num parque de diversões a dois, um paraíso natural... um campo solto e luminoso em que o sorriso tem todo o vocabulário que é sinónimo da felicidade aprisionada... a minha ideia do que é amar-te...! Ah!! Tem música oscilante como a da água ou do fogo que devora com ímpeto o espaço sem barreiras. Mais que querer-te é pensar-te segundo a segundo, e tentar arranjar palavra ou metáfora até melhor que o amor... (Arquiamor Concentré – duas palavras); ( Sempiternam , Sempervivum – dois desejos)... e não prossigo mais porque ainda estou por inventar essa tal palavra... Quando surgir, não a vais só o

Childhood

no seguimento da memória ao Michael Jackson... "Childhood" Have you seen my Childhood? I'm searching for the world that I come from 'Cause I've been looking around In the lost and found of my heart... No one understands me They view it as such strange eccentricities... 'Cause I keep kidding around Like a child, but pardon me... People say I'm not okay 'Cause I love such elementary things... It's been my fate to compensate, for the Childhood I've never known... Have you seen my Childhood? I'm searching for that wonder in my youth Like pirates and adventurous dreams, Of conquest and kings on the throne... Before you judge me, try hard to love, Look within your heart then ask, Have you seen my Childhood? People say I'm not okay 'Cause I love such elementary things... It's been may fate to compensate, for the Childhood I've never known... Have you seen my Childhood? I'm searching for that wonder in my youth Like fantast

Pessimismo...

Melhor nem dizer... melhor é escutar a insensatez... a do amor delicado... Mais um dia com sementes de esperança... a minha caixa de Pandora está cheia delas, mas nenhuma germinou ainda: quanto mais calor é preciso... ou terão um longo período de dormência, ou germinarão com o frio e com a solidão...? Não as entendo mesmo... mas talvez... porque não seja um solo fértil para a germinação de frágeis e infrutíferas esperanças... As músicas repito-as... os desejos também... as preces... A tarde continua em Lisboa, azul luminoso, com vontade de entardecer a sério, convocando aquele vento calmo... calmo... Sabes que... jamais recuperei de qualquer desgosto de amor... temo que daqui em diante o meu coração, a alma, o local mágico onde residem os sentimentos... o cérebro, esteja cheio de arcadas silenciosas, e vãos povoados de teias, com aranhas mortas e secas, que esperaram, esperaram, sem ter tido ocasião de seduzir com as suas sedas naturais... Disse um poeta, que o primeiro beijo não se dá