É tempo de construir uma nova fortaleza. Terá um fosso, preenchido com água do mar, em alturas variáveis, conforme os ciclos das marés - a lua terá portanto influência... Não haverá uma forma definida de fortaleza - quadrada, circular. Será sim conforme o espaço conquistado à terra. Das muralhas para dentro grandes terreiros solares serão furados por três ou quatro torres finas e altas, com uma simples janela cada uma. Terminarão num vértice bem pontiagudo - o ponto final da ascenção. Dessas altas janelas, gaze esvoaça branca, ao vento marítimo nas tardes violeta. Eu, de braços cruzados apoiado nas muralhas, fixo a linha horizontal no limite, e vejo a água escoar-se até lá... e sinto que o que vejo é a esperança a dissipar-se. Atrás de mim, já intensa e amarelada, a lua anuncia-se e autoriza os rituais, nas matas fecundas dos eternos "ais"...
Sobram-me desses terreiros ao fim da tarde, as sonatas dedicadas ao Amor desvanecido feito fumo e eu... convoco a coruja soturna, branca que condiz com a lua... deixo-a piar enquanto oiço o mar... Invocações perenes da melancolia, na Europa dos castelos de encantar...

Comentários

Mensagens populares deste blogue