Assaltas-me mais uma vez com os (teus) olhos humedecidos... e a ternura é tão eterna... a delicadeza do que não se diz, e o voltar disso para dentro... o gesto que ainda não se solta, nem um beijo aéreo que seja... e volta aquela esperança de um novo acordar... e novas cores com torrentes de deleite ao fim da tarde... como sonho!!! Não sei se deva atordoar-me ou seguir nesse carril de sobe-e-desce num parque de diversões a dois, um paraíso natural... um campo solto e luminoso em que o sorriso tem todo o vocabulário que é sinónimo da felicidade aprisionada... a minha ideia do que é amar-te...! Ah!! Tem música oscilante como a da água ou do fogo que devora com ímpeto o espaço sem barreiras. Mais que querer-te é pensar-te segundo a segundo, e tentar arranjar palavra ou metáfora até melhor que o amor... (Arquiamor Concentré – duas palavras); (Sempiternam, Sempervivum – dois desejos)... e não prossigo mais porque ainda estou por inventar essa tal palavra... Quando surgir, não a vais só ouvir: nós a tangeremos no ritmo próprio, sem esquecer as harmonias e outras teorias das artes... ou da ciência, se o caso for estarmos mais mornos... mas nunca escaparemos intactos desse seu som, tão primo e natural...
Queria mais alegria, em beijos desenhada. Queria a cama desfeita de paixão, e a carne mais tacteada, O sopro mais ofegante, e a poesia mais celebrada. A noite contigo devia ser mais sonora. Apesar dos dias luminosos E da arte que revisito sempre Já não faço magia como antes E ela (arte) já não mora comigo Ou em qualquer lugar vivo (o museu é frio, acinzentado... trago folhetos explicativos quando já sei que não guardarei nada do que senti nas horas ali largadas). Se tenho música sempre em mim É para que sintas que há ar desanuviado, Se te sufocara já a minha insatisfação. Chove no tempo, na rua, No mar... E cá por dentro Limpa todo o chão Que fora debulhado...
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